Eu era estudante de Letras e precisava fazer estágio, mas não desejava nada relacionado a escola, criança ou pedagogia.
Daí bati na redação de O Sul de Minas e me ofereci a Editora, Regilena.
Ela simpatizou comigo de primeira e me deu o estágio.
Passei a ser revisor de alguns textos do jornal.
O problema é que ela não queria um revisor, mas um colunista de política local (e eu nada sabia desse universo).
Comecei com uma coluna sobre eleição presidencial e depois me aventurei na política municipal.
Naquela época não havia redes sociais eletrônicas e as polêmicas da cidade ocorriam nos jornais... e eu criei polêmicas.
Nunca mais li os textos daquela época.
Tenho certa vergonha.
Certa não. Muita.
Considero-os ruins e inocentes.
Eu era um jovem provocativo provocando.
Achava lindo a liberdade de poder criticar, usar ironias, sarcasmo.
Regilena nunca me podou (sinceramente eu esperava isso).
E ela não era uma pessoa qualquer: havia participado de Araguaia, fora presa e certamente torturada; conhecia pessoalmente todos os grandes nomes da política nacional; fora casada com Jaime Petit.... mas para mim era uma amiga doce e terna.
Algumas vezes tomamos cerveja juntos (salvo engano o dia da semana era quarta-feira).
Ela gostava do Pé de Porco, no verão e nas mesas de fora.
Quando me formei em Letras, ela participou das festas.
Era uma Amiga querida.
Depois ela aposentou, mudou para o Rio e perdemos contato.
Nos víamos uma ou duas vezes por ano e ela sempre do mesmo jeito.
Perguntava da vida, sempre sorrindo.
Então... ontem li no Viver é Perigoso que Regilena nos deixou semana passada.
Susto, tristeza e saudade.
Penso apenas em Luiza, sua única filha.
Não tem muito o que escrever.
Que Deus receba Regilena e conforte Luíza.
Difícil escrever algo.
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