sábado, 3 de novembro de 2018

Ai que preguiça

Tenho preguiça de homem que cheira rolha antes de tomar o vinho.
Tenho preguiça da exibição da fé.
Tenho preguiça de jantares sociais e pessoas de nível.
Tenho preguiça de carros rebaixados.
Tenho preguiça de quem ensina dietas.
Tenho preguiça de discussões políticas.
Tenho preguiça de médicos quando falam sobre saúde (todos sabem que eles só entendem de doenças).
Tenho preguiça de lojas de departamentos.
Tenho preguiça do "Dia do Servidor Público".
Tenho preguiça de quem fala "empoderamento".
Tenho preguiça de promoções e liquidações.
Tenho preguiça de cuidar da churrasqueira.
Tenho preguiça de ternos azuis.
Tenho preguiça de feriados que caem na quarta-feira.
Tenho preguiça de frutas e vegetais orgânicos.
Tenho preguiça de novos ricos; de professores que vivem a reclamar do salário; de ricos de nascença, de sindicalistas; de advogados.
Tenho preguiça do "jeito certo de cortar a carne".
Tenho preguiça dos revoltados.
Tenho preguiça de qualquer coisa "gourmet" ou "holística".
Tenho preguiça de intelectuais e filmes europeus.
Tenho preguiça de acordar só pra fazer xixi.
Tenho preguiça de pessoas tristes, alegres ou empolgadas.
Tenho preguiça de vendedores.
Tenho preguiça de quem propaga sucesso ou lamenta derrotas.
Tenho preguiça dos jovens que acreditam no futuro, ou velhos melancólicos.
Tenho preguiça do sol quente na rodovia e do tempo nublado na praia.

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