segunda-feira, 2 de abril de 2018

Maciço e Fotogênico

Um grande amigo (praticamente irmão) se vangloriava de ter um saco bonito.
Papo besta.
Assunto de roda de homem jovem em tarde de domingo.
Éramos todos solteiros.
Eu ria do comentário sem lhe prestar atenção.
Pra falar a verdade, nunca imaginei um saco bonito (ou feio).

Certa vez, como íamos para a mesma festa, passei na casa dele.
Ele esta no banho. Disse a mãe abrindo a porta. Depois falou para eu ir esperar no quarto (calma... isso não é um conto homo-erótico: tudo isso era normal naquela época).
5 minutos chega meu amigo enrolado numa toalha.
Conversamos amenidades enquanto ele se secava.
Não que eu evitasse olhar, mas aquele corpo de homem nu simplesmente não me interessava e eu assistia jornal nacional ou coisa parecida.
Daí ele diz:
Você queria ter um saco bonito assim. Olha que beleza.

Provocado olhei.

E não é que o saco era bonito mesmo.
Um saco de respeito.
Grande, cheio, robusto, fotogênico, maciço.
Lembrava uma bola de futebol de salão antiga.
Eu finalmente havia entendido o que era um "saco bonito".
Não havia como discordar.

Mais alguns meses, ao repetir a cena com outro amigo - só que médico - se constatou: era hérnia.
O intestino tinha ido para o saco. Literalmente.

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